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Foto: https://oolhar.com.br/

CLÁUDIO BENTO
( Brasil – MINAS GERAIS)

 

Cláudio Bento é natural de Jequitinhonha, cidade do nordeste de Minas Gerais. Ainda criança, no Grupo Escolar Nuno Melo, descobriu o gosto pela poesia através das brochuras que as professoras distribuíam para os alunos e que traziam poemas de Castro Alves, Viriato Correa, Olavo Bilac, Gonçalves Dias e Cecília Meireles.

O autor, que é membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni (MG) e da Academia Petropolitana de Letras, de Petrópolis (RJ), começou a carreira nos anos 80 de forma inusitada. Seus primeiros livros eram rodados em mimeógrafos e montados de forma artesanal. São 42 anos de carreira e 23 livros, todos de poesia, exceto “Cozinha no Vale”, um ensaio sobre a tradicional culinária do Vale do Jequitinhonha.

Entre as obras do autor destaque para “Inventário da infância”, “Cheiro de jenipapo”, “Vinho e vertigem” e “Jequitinhonha”.

NÓS DA POESIA. – volume 8 – Brenda Marques Pena, org.  São Paulo, SP: All Print          Editora, 2022.  119 p.  ISBN  978-65-5822-152-4                                                  , Ex. bibl. Antonio Miranda

 

      Era Certo Dizer

Era Certo Dizer
Era certo dizer Que a manhã
Era luminosa e bela?

E que esta mesma manhã
Transcorria
Iluminada de quintais?

Era certo dizer
Que a manhã surgia
Feito um clarão

Um facho de luz
Sobre o casarão
Da Rua Inácio Murta

Uma manhã
Dentro de outras manhãs

Presa na memória
Pendurada nos olhos
Incrustada na alma

Dentro de casa
Sentado no assoalho
Ouvindo minha avó
Chamando
Para o torresmo com farinha    

E mais tarde
Para o almoço

De arroz com peixe ensopado
E pimenta malagueta

Quando o sol
Já ia alto

Quando a manhã
Deixava de ser manhã

Para ser outro dia
Outra tarde

(Sim
O início da tarde)

        O sol quente
Feito um açoite

Feito uma chama de fogo
Fustigando as ruas

E a beirada do rio
A miragem clara do cais

Quando a araponga
De Dona Ercília
Tinia se canto de ferro

Ou ainda quando o velho Diocrécio
Perguntava se havia lenha pra lascar

Ou ainda quando João Preto
Vinha da padaria de Pedro Vieira

Sob o calor do verão
E onde acabara de surgir
Uma revoada de ariris

 

        Eternidade

A casa
Onde nasci

Na Rua Inácio Murta
Tudo aquilo

A casa
O quintal
Os quartos
Com cheiro de naftalina

A calçada
Onde minha avó sentava
Para contar casos de assombração

A cozinha
O velho fogão de lenha
O pote de água
O pé de algodão

Tudo aquilo estava
Imantado de eternidade

Tudo parecia eterno
Mas não era.

*

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Página publicada em junho de 2023

 

 

 


 

 

 
 
 
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